Itapajé: “A PM está enxugando gelo”, afirma comandante sobre as contantes fugas da cadeia pública de Itapajé.


 O oficial disse não entender como tantos detentos fogem com tanta facilidade da unidade de privação de liberdade. Indagou ainda o “por que de serem sempre os mesmos a fugir”. Ele considerou o quadro gravíssimo e disse que as circunstâncias das fugas têm que ser apuradas. Moura adiantou ainda que o delegado de Polícia Civil Raul Tessius instaurou um inquérito para apurar as evasões da cadeia pública.

Durante entrevista ao departamento de jornalismo da rádio Atitude FM, Ricardo Moura afirmou que as fugas, além de trazerem riscos e aumentarem a sensação de insegurança da população, interferem diretamente no trabalho da Polícia Militar, pois os militares passam a diligenciar na tentativa de recapturar bandidos que já estavam presos, em vez de agir para desarticular o crime organizado instalado no município.

O Comandante descartou qualquer possibilidade de a PM manter uma guarda externa permanente no presídio municipal. De acordo com ele, além da Polícia Militar não contar com efetivo suficiente, a responsabilidade de guarnecer presos é da Secretaria Estadual da Justiça. A Polícia Militar só age em presídios em casos de escolta de presos, contenção de rebeliões, vistorias e em situações excepcionais e pontuais determinadas pelo Poder Judiciário.  

Em entrevista o coordenador da cadeia pública de Itapajé, agente penitenciário Francisco Sousa, afirmou que o pouco efetivo e as condições estruturais precárias da unidade favorece a fuga dos detentos, mas não descartou a possibilidade de descuidos dos agentes penitenciários causados por excesso de horas trabalhadas. Ele reclamou da falta de apoio da Polícia Militar e disse que a PM poderia colaborar na coibição de novas fugas.

Atualmente a cadeia pública conta com aproximadamente cinquenta presos e apenas um agente penitenciário por turno. A solução imediata, segundo ele, seria a reforma do presídio e o aumento do efetivo de agentes. Francisco Sousa reclamou ainda que em algumas postagens nas redes sociais e em blogs da cidade, há postagens de comentários jocosos a cerca das constantes fugas, inclusive postadas por policiais. Segundo ele, esse tipo de crítica não engrandece em nada e não ajuda a solucionar o problema.

Somente neste ano foram registradas sete ocorrências de fuga. Vinte e um presos escaparam, alguns deles mais de uma vez.



Mardem Lopes

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