MOBILIDADE URBANA DOS ITAPAJEENSES PEJUDICADA PELO CRESCIMENTO DESORDENADO


As cidades médias avançam em todo território nacional, tanto demográfica quanto economicamente e, com Itapajé não é diferente. A expressiva densidade populacional e econômica, características das cidades médias no século XXI, revela a necessidade de se discutir perspectivas teórico-conceituais como forma de estimular o debate sobre esses espaços e, com isso, refletir novas formas de intervenção e gestão nos espaços urbanos.
A cidade média de Itapajé, com uma população de aproximadamente 50 mil habitantes, se constitui como o núcleo urbano de maior dinamismo econômico e infraestrutural da região centro-norte cearense, principalmente por meio de sua economia, que possui, como base primordial, o comércio e a indústria.

Itapajé destacando-se entre os dez maiores do estado do Ceará na produção de calçados e do ponto de vista infraestrutural apresenta um número importante de equipamentos de comércio e serviços que não se restringe apenas aos seus limites urbanos ou municipais – se estruturando como centro de serviços com a presença de instituições públicas e privadas, estaduais e federais; comércio atacadista e varejo com ampla atuação regional.

Até o final dos anos de 1980 Itapajé era conhecida apenas como grande produtora de algodão, banana e artesanal, com especialidade no bordado, mas, a partir da década de 1990, com a chegada da Paquetá Calçados, surgiram novas alternativa para ocupar a mão-de-obra. Nessa concepção, o setor de serviços tornou-se o principal componente do PIB municipal.

Recentemente a evolução do segmento educacional e sua diversidade, especialmente no ensino superior, apontam para a importância desse ramo, como dinamizador do setor terciário e da própria economia da cidade que, por sua vez, reitera seu alcance regional. Quanto mais agora, que o governo Cid Gomes vem estruturando esta região com vias de acesso pavimentadas, como as CE’s que ligam Itapajé com as sedes dos municípios de Itapipoca, Tejuçuoca e Uruburetama.

Esses fatores contribuíram para um intenso e desordenado processo de urbanização. O crescimento demográfico acelerado desencadeou a expansão urbana da cidade, paralelamente às transformações econômicas no âmbito intra e interurbano (regional). Tais mudanças tiveram como suporte a crescente demanda de consumo da população, em consonância com a lógica capitalista.

Ao desenvolver funções especializadas, Itapajé se insere no interior da rede urbana regional, como cidade pólo, por desempenhar funções em torno de serviços, comércio, indústria (sobretudo calçadista e artesanal), por apresentar relações de produção e consumo que extrapolam o espaço físico da cidade, alcançam dimensão regional nas manhãs de sábados, com a realização da maior feira livre de toda região centro-norte do estado.

Nessa perspectiva, com a polarização exercida por essa cidade a partir da implantação do Campus Avançado da UFC – Universidade Federal do Ceará, que está em fase de negociação, dos cursos de ensino superior já existente e da crescente urbanização, derivada da concentração urbano-industrial, faz-se necessário uma profunda reflexão por parte dos futuros governantes, no que se refere à mobilidade urbana, bem como sobre a Lei de Uso e Ocupação do solo.

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